Juruti


Juruti é uma cidade que pertence à Mesorregião do Baixo Amazonas. Os habitantes se chamam jurutienses. O município se estende por 8 305,1 km² e conta com 56.908 habitantes segundo o censo do IBGE (2018) 

Histórico
O município de Juruti, segundo Domingos Álvares Ferreira Penna, teve origem na aldeia dos índios Mundurucus que, em 1818, ficou sob a direção de um missionário, com poderes paroquiais.

Possuiu uma pequena igreja construída pelos índios, foi logo transformada em freguesia sob a proteção de Nossa Senhora da Saúde. Em 25 de novembro de 1832, em cumprimento à Lei Geral do Império, a freguesia passou a fazer parte do Termo de Faro, de acordo com as sessões do Conselho do Governo da Província do Pará de 10 a 17 de maio de 1833, que efetuaram a divisão da Província em Termos e Comarcas.

Em 28 de maio de 1847 uma portaria do governo provincial determinava o local Nossa Senhora da Saúde de Juruti, juntamente com a de Faro, fizesse parte do círculo eleitoral da então vila de Óbidos. 

Como a sede de Juruti não se desenvolveu no local estabelecido, solicitou-se a mudança para a margem do rio Amazonas, a qual foi efetivada pela Lei nº 339, de 3 de dezembro de 1859, para a margem do rio Amazonas.

Em 31 de outubro de 1870, a lei provincial nº 662 determinou a criação de escolas no interior. E a 29 de novembro seguinte o governo criou escolas primárias para o sexo masculino, em Juruti; em 7 de julho de 1872 criou escolas para o sexo feminino. 

Em 1900, durante o governo do Dr. Paes de Carvalho, dissidências políticas concorreram para a extinção dos municípios de Juruti, Oriximiná e Quatipuru através da Lei nº 729 de 3 de abril, sendo o território de Juruti anexado aos de Faro e Óbidos.

Treze anos depois, no governo de Enéas Martins, a 9 de março de 1913, pela Lei nº 1.295, o município de Juruti foi restabelecido e instalado a 3 de maio de 1914. Após a Revolução de 1930, houve nova supressão, ficando o território de Juruti sob a administração direta do Estado, em face ao Decreto nº 6, de 4 de novembro daquele ano.

Pelo quadro anexo ao Decreto-Lei nº 2.972, de 31 de março de 1938, bem como pela divisão territorial vigente no período 1939-1943, estabelecida pelo Decreto-Lei nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, o município se constituía apenas do distrito-sede, o que foi confirmado pelo Decreto nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, que estabeleceu a divisão territorial, para vigorar no período 1944-1948.

Parte da área do território de Juruti foi desmembrada para constituir o município de Aveiro, que foi restaurado em 1961. Atualmente, o município de Juruti está constituído apenas do distrito-sede.

Cultura
No município de Juruti, a principal manifestação religiosa é o Círio de Nossa Senhora da Saúde, padroeira da cidade. As comemorações acontecem no dia 23 de junho com o Círio Fluvial, que sai do Lago das Piranhas com destino à sede do Município.

No dia 02 de julho, encerram-se as festividades com um movimentado leilão de cabeças de gado. O mais precioso ícone cultural do Município é o Festival das Tribos, trata-se de uma festa folclórica que acontece desde 1986.

A festa dura três dias, desenvolve-se no tribódromo, que se constitui numa arena de três mil metros quadrados, com capacidade para 7 mil pessoas. Nele apresentam-se grupos folclóricos diversos, com danças e cantos típicos da região e na apoteose, no último dia, as tribos Mundurucus e Muirapinimas, disputam o título.

O material utilizado nas fantasias e carros alegóricos é todo da própria região e os enredos de cada tribo são pesquisados na cultura indígena. Juruti Velha, local da fundação do Município e antiga sede municipal é, sem dúvida, o principal patrimônio histórico de Juruti. Na cidade, existem apenas uma Biblioteca Pública e a Casa da Cultura. 

Economia
A economia do município varia desde pesca, extrativismo vegetal até mais recentemente a chegada de da empresa mineradora ALCOA, voltada para a extração de bauxita.

Ao analisar a dinâmica da estrutura produtiva do município, foram utilizados três indicadores estatísticos, a fim de chegar a resultados práticos e classificar o dinamismo de sua estrutura produtiva, em atividades econômicas dinâmicas, estagnadas e em expansão.

A expectativa é que nos próximos anos, continue havendo um grande crescimento demográfico no município, para tanto, é dever do governo, e das empresas inseridas nos locais, se responsabilizarem por realizar políticas e obras que perpassem o quadro atual e comtemplem as perspectivas futuras. 

Localização
O município de Juruti pertence à mesorregião do Baixo Amazonas e a microrregião de Óbidos. A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: 02o 09’09”S e 56o 05’42”W Gr. 


Juruti e o Plebiscito do Estado do Tapajós – 2011 
A cidade de Juruti, assim como todas as outras que fazem parte do que será o Estado do Tapajós, teve uma votação de forma totalmente positiva para a criação do mesmo.

Com 17.536 votos a favor e apenas 1.207 votos contra. A população expressa o grande sentimento de compor esse que será o mais novo Estado do Brasil. 

Limites 
Ao Norte - Municípios de Oriximiná e Óbidos 
A Leste - Municípios de Óbidos e Santarém 
Ao Sul - Município Aveiro 
A Oeste - Estado do Amazonas e Município de Terra Santa 

Solos
Os solos do Município são representados pelo Latossolo Amarelo distrófico textura média, Latossolo Amarelo distrófico textura argilosa, Areia Quartzosa distrófica e Podzólico Vermelho Amarelo textura média. Também estão presentes os Hidromórficos Gleizados como o Gleis Pouco Húmico eutrófico e distrófico textura indiscriminada. 

Vegetação
A vegetação das terras firmes é representada pela Floresta Densa dos baixos platôs e dos terraços, além de Campos Cerrados. A Floresta Aluvial, com uma forte presença de espécies arbustivas e subarbustivas, ocupa as áreas sujeitas à inundação do rio Amazonas, onde está presente, também, a formação campestre aluvial. 

Patrimônio Natural
A alteração da cobertura vegetal natural, observada em imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, era de apenas 0,11%, sendo que esta alteração se concentra 100% na pequena área de cerrado, deixando a floresta e campos naturais aparentemente virgens.

O acidente geográfico mais importante é o rio Amazonas, destacando-se, no Município, as ilhas de Santa Rita, Maracá-Açu, Macaianim e a de Chaves.

O Município possui numerosos lagos piscosos com belas praias, tais como o das Piranhas, Jará, Juruti Velho, Preto, Curumucuri, Salé, Araçá, Juruti Miri e Santana; a cachoeira do rio Branco, o igarapé Maracanã, de água fria e transparente, com pedras, areia e mururés, e a serra de Santa Júlia, na margem direita do rio Amazonas, com mais ou menos 90 metros de elevação.

A área indígena Andirá-Maraú, com 465.868 há (4.658,68 km²), no Estado do Pará, com abrangência, também, nos municípios de Itaituba e Aveiro, e outra parte, no Estado do Amazonas. 

Topografia
A variação altimétrica do Município é moderada, com sua sede cotada em 40 metros. Entretanto, há maiores altitudes nas escarpas tabulares, em sua porção norte, que alcançam de 130 metros a 150 metros. 

Geologia e Relevo
A estrutura geológica do Município é representada em sua maior extensão, pelos sedimentos de idade terciária da Formação Barreiras e do Quaternário Subatual e Recente. Este, representado, em larga extensão, pelas várzeas do Amazonas, onde se localiza a sede municipal.

Por sua vez, o relevo reflete, em suas formas moderadas, a singeleza da estrutura geológica existente, representado por áreas de baixas colinas, tabuleiros e aplainados, escarpas tabulares e terraços e várzeas, inseridos morfoestruturalmente na unidade Planalto Rebaixado do amazonas (do Médio Amazonas). 


Hidrografia
O principal acidente hidrográfico é o rio Amazonas, que recebe o rio Juruti e vários igarapés da região. Destaca-se, também, ao sul do Município, um extenso trecho do rio Mamuru ao Sul, que nasce no município de Aveiro, e desemboca no rio Amazonas, no município de Parintins.

Outros rios se destacam no município, com o rio Aruã, afluente da margem esquerda do rio Arapiuns e seu afluente da margem esquerda, o rio Branco, com maior parte dos seus cursos dentro do Município.

Aparece, também, na porção sudeste do Município um extenso trecho do igarapé Braço Grande do Arapiuns, um dos formadores do Rio Arapiuns. Alguns igarapés importantes estão presentes no município, como o de: Igarapé Arauá, da Sabina e outros que drenam para o rio Mamuru.

Ainda, no aspecto hidrográfico, vários lagos estão presentes inseridos nas áreas de várzeas do Amazonas. Destacam-se os lagos Salé, da Poção Grande Paranapitinga e outros. 

Clima
As características climáticas do Município não diferem muito das de sua região. A temperatura do ar é sempre elevada, com média anual de 25,6o C, apresentando valores médios para as máximas de 31o C e para as mínimas de 22,5ºC. 

Quanto à umidade relativa, apresenta valores acima de 80%, em quase todos os meses do ano. A pluviosidade se aproxima dos 2.000 mm anuais. Entretanto, é um tanto irregular durante o ano. As estações chuvosas coincidem com os meses de dezembro a junho e, as menos chuvosas, com os meses de julho a novembro.

O tipo climático da região é o Am, da classificação de Kôppen, que se traduz como um clima, cuja média mensal de temperatura mínima é superior a 18ºC tem uma estação seca de pequena duração e amplitude térmica inferior a 5ºC entre as médias do mês mais quente e do mês menos quente.

Pesquisa e Texto por Alan do Faro

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