História
Foram os religiosos
capuchos da Piedade que deram início a colonização do atual município de Monte
Alegre. Iniciaram o trabalho de catequese à margem esquerda do rio Amazonas,
com os índios da aldeia de Gurupatuba, criaram um núcleo, a partir do qual foi
constituída a freguesia de São Francisco de Assis. Em 1758, após a expulsão dos
jesuítas, o governador Francisco Xavier de Mendonça obedecendo a política
adotada pelo Marquês de Pombal, que expulsava todos os jesuítas de Portugal e
de suas colônias, e em cumprimento a uma determinação real, deixou Belém em
direção ao rio Negro, para acertar os limites das terras dos reinos de Portugal
e Espanha.
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Foto : Imagem Histórica de Monte Alegre |
O
caso é que a Independência não contentara, de uma vez por todas, aos
nacionalistas. É que a Província do Pará passara a pertencer ao Brasil, mas o
mando continuava em mãos dos portugueses, que eram donos de toda a economia
local. A
Comarca de Monte Alegre teve sua criação datada de 5 de agosto de 1873 (lei
provincial nº 772). Também no Império foi elevada à categoria de cidade, a 15
de março de 1880 (lei provincial nº 970). Em 1891 realizou-se o
primeiro pleito municipal sob o novo regime, sendo eleito como intendente
Augusto Teodorico Nunes.
Pelos
quadros da divisão territorial para o período de 1936-1937, o Município está
constituído de dois distritos: Monte Alegre e Maicuru. Em face ao Decreto-Lei
nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, parte da zona de Tapará, que pertencia a
Santarém, foi incorporada a Monte Alegre. Na divisão territorial, em vigor no
período de 1939-1943, o Município apresenta-se com um único distrito composto
de três zonas: Monte Alegre, Maicuru e Costa do Tapará.
Nas divisões
territoriais, estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 4.505, de 30 de dezembro de
1943, para o período de 1944-1948, o Município constituído apenas do
distrito-sede e, dessa forma, permanece até hoje.
Monte
Alegre e o Plebiscito do Estado do Tapajós – 2011
A cidade de Monte
Alegre, assim como todas as outras que fazem parte do que será o Estado do
Tapajós, teve uma votação totalmente positiva para a criação do mesmo. Com 27.023
votos a favor e apenas 1.400 votos contra, a população expressa o grande
sentimento de compor esse que será o mais novo Estado do Brasil.
Aspectos Geográficos
O município de Monte Alegre pertence a mesorregião do Baixo Amazonas e à microrregião Santarém.
A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 02º 00’ 15”S e 54º 04’ 45”W Gr. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 59.900 pessoas.
LIMITES
Ao Norte - Município de Almeirim
A Leste - Municípios de Almeirim e Prainha
Ao Sul - Municípios de Prainha e Santarém
A Oeste - Município de AlenquerÁREA - 18.152,560 km2 de área territorial.
Altitude - 38 metros acima do nível do mar.
Cultura
Dois
eventos marcam o calendário do município: o Festival da Mandioca, realizado
todo mês de novembro, e o círio de São Francisco, padroeiro dos montealegrenses.
Círio
de São Francisco
Foto : Fiéis reunidos na igreja matriz. |
A procissão
acontece, geralmente, no penúltimo sábado de setembro e mobiliza milhares de
romeiros locais e de cidades vizinhas. A programação religiosa conta também com
uma movimentação fluvial, pelo Gurupatuba, e outra terrestre, percorrendo
algumas ruas da cidade da Estação Hidroviária à Igreja Matriz do padroeiro. O
círio de São Francisco faz parte do patrimônio cultural de natureza imaterial
do Estado. O dia de São Francisco de Assis é
comemorado no dia 4 de outubro.
Para os
católicos, a festa representa fé e devoção ao santo, considerado um dos mais
importantes da Igreja Católica pelo exemplo de humildade através de sua
história.
FESTIVAL DA MANDIOCA
Desde o
ano de 2005 o Colégio Fernando Henrique, vem promovendo o Festival da
Macaxeira, hoje, já conhecido como Festival da Mandioca, visto que, ao longo
dos anos, em consenso entre os membros da Família Fernando Henrique, passou a
ser chamado pelo nome em apreço.
Este Festival surgiu da proposta da professora de História,
Aline Pingarilho, motivada pela observação da necessidade de promover o resgate
da cultura local, no a caso a mandioca , produto muito
conhecido entre nós, de valor nutritivo e econômico na região. Dela são
produzidos alimentos comuns à mesa do paraense que também são a base do
sustento econômico de muitas famílias, já que parte da população montealegrense
pratica a agricultura como atividade econômica. Além disso, a mandioca é tema
de uma das mais belas lendas amazônicas e cabe à escola contribuir para a
preservação desse patrimônio cultural, pois é nossa cultura que nos dá enfoque
no cenário nacional e mundial.
Nos primeiros três anos de realização do Festival, o
objetivo esteve voltado para a divulgação e promoção do valor nutritivo da
mandioca. Somente a partir da quarta edição, o
valor artístico/cultural começou a encontrar destaque na programação.
Nesse momento são produzidas músicas inéditas e exclusivas para o
festival com a participação do compositor montealegrense Rigley Jorge
Correia, que até hoje permanece contribuindo para o aprimoramento da
qualidade do espetáculo que tem se tornado "A ópera cabocla" do
Colégio Fernando Henrique.
Desde sua origem, nossa Escola aproveita o último mês
do ano para reunir sua família escolar e a do entorno para celebrar o Festival
da Mandioca que vem crescendo a cada ano em grande proporção , mostrando que o
trabalho de conscientização que fazemos no sentido de preservarmos nossa
raízes, está sendo aceito e ampliado em todos os setores montealegrenses.
Pontos
Turísticos
As pinturas rupestres, as cachoeiras e
as formações geológicas tornam Monte Alegre um dos locais mais completos de
ecoturismo da Amazônia.
As Cavernas
Dentre
as inúmeras cavernas que não apresentam o registro de pinturas polícromas,
destacam-se as do Labirinto e Miritiepé, localizadas na serra do Paituna, a
cerca de 40 km por via rodoviária. A gruta do Labirinto às proximidades da
serra do Pilão sendo formada por um verdadeiro complexo de grutas ou
cavernas.Possui 90 m de extensão e há várias entradas e salões, além de
informações sobre fauna e flora, locais.
Outro
ponto que merece destaque, por sua beleza e mistério, é o piso superior da
Caverna do Labirinto, que apresenta um belo portal, a cerca de 30 m, na encosta
da serra, bem como um exótico salão, com meio teto iluminado por uma tênue luz
azulada. Os visitantes mais arrojados, e dispondo de equipamento especial,
podem atingir o topo da serra a partir da entrada existente na base, através de
caminhos escuros e Labirintosos, percorrendo mais de 100 m pelo interior da
serra do Paituna.
Caverna da Pedra Pintada
É o
mais importante "atrativo histórico-cultural" já identificado na
região, a Caverna da Pedra Pintada vem sendo objeto de estudo de inúmeros
pesquisadores brasileiros e estrangeiros, os quais sempre procuram enfocar o
registro, a localização e a descrição das pinturas rupestres, na gruta. A
Caverna possui cerca de 120m de altura em relação ao rio Amazonas. É bastante
ventilada, bem iluminada, com acesso fácil, através de um ramal de estrada que
leva diretamente à entrada principal. Em suas paredes há painéis com pinturas
rupestres. A partir de 1991, a gruta foi alvo de estudos específicos através da
antropóloga norte-americana Dra. Anna Roosevelt, que realizou escavações
estratigráficas e estudos arqueobiológicos, complementados por datações radiocarbônicas.
Esses trabalhos permitiram, à pesquisadora, documentar as principais fases
ocupacionais hipotéticas para a região, possibilitando um melhor entendimento
da evolução das culturas que ali se desenvolveram, desde a chegada dos
primeiros habitantes até aos dias atuais. Os trabalhos realizados por Anna
Roosevelt na Gruta da Pedra Pintada, representam a primeira informação,
cientificamente comprovada, sobre a presença de Paleoíndios na região
amazônica, indicando uma associação dos mesmos com a arte rupestre; mostram,
também, as similaridades entre esses sítios Paleoíndios e outros já estudados
em diferentes lugares, nas Américas.
Os resultados desses trabalhos sugerem que
as pinturas rupestres de Monte Alegre podem representar algumas das mais
antigas já identificadas no mundo e parte do estágio Paleolítico da arte
rupestre. Assim, no município estão documentadas as melhores evidências acerca
dos povos mais antigos que habitaram a região, provavelmente no final do
Pleistoceno e início do Holoceno (épocas geológicas que compõem o período quaternário):
os Paleoíndios Amazônicos.
Caverna Itatupaóca
A gruta de
Itatupaoca, com 56m de desenvolvimento, está localizada na encosta sul da serra
do Ererê, a cerca de 37 Km da cidade de Monte Alegre. Está aproximadamente a
120m de altitude em relação ao rio Amazonas.
A entrada da Gruta Itatupaoca mede
cerca de 9,5m de altura, dividida na metade inferior por uma trave rochosa,
resíduo da ação erosiva. A forma majestosa de entrada desta gruta chamou a
atenção de Wallace (1939) que a descreveu e de Katzer (1933) que a desenhou.
Katzer (1933) comentou a origem do nome indígena Itatupaoca (casa rochosa de
Deus ou igreja de pedra) e descreveu o primeiro salão, com 32m de
desenvolvimento.
Quanto a sua gênese, este autor atribuiu à ação erosiva de fontes que ali brotaram associadas ainda a friabilidade e permeabilidade da rocha.
Mirantes de Monte Alegre
Serra do Ererê
Um dos mais importantes acidentes geográficos da região. A serra do Ererê está localizada a oeste da cidade, distante 12 km da mesma, em linha reta. Apresenta uma forma alongada, com direção geral N60°E, possuindo 4 km de comprimento, largura de um a 1,5 km e altitude máxima de 220 m, sendo parte integrante do anel de serras que circunda a planície do Ererê. O perfil é irregular e acidentado, exibindo topo plano e encostas abruptas, chegando a formar paredões com mais de 100 m de altura. Os solos são rasos e cascalhentos, enquanto que a vegetação é dominantemente do tipo savana, com presença de campos limpos, campos sujos e cerrados; às vezes, é marcante a presença de cactos, notadamente no topo da serra.
Geologicamente, a serra é constituída por rochas sedimentares - arenitos - da formação Ererê, pertencente ao período Devoniano, com idade aproximada de 380 milhões de anos.
O acesso à serra é efetuado por via rodoviária, através da PA-225 num percurso de 15 km; realizado através de caminhos secundários e ramais, alguns dos quais levando diretamente às grutas.
SERRA DA LUA
Constitui uma parte da serra do
Ererê. Na serra da Lua existem magníficos exemplos de pinturas polícromas, a
céu-aberto e no interior das grutas. As primeiras pinturas representam uma
grande variedade de motivos, reproduzidos geralmente nas cores vermelha e
amarela, mais raramente em marrom e branca.
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Foto : Serra da Lua |
Entre os vários painéis a céu-aberto, destaca-se um grande painel de pinturas rupestre mostrando, entre outros, o desenho de um círculo com cerca de 1 m de diâmetro, apresentando um núcleo amarelo-ocre e uma porção periférica vermelha; esse desenho, que segundo os habitantes da região simboliza a lua, é responsável pela consagrada denominação de serra da Lua. Nesse painel, podem ser observados outros desenhos bastante nítidos, mostrando círculos concêntricos com raios ou caudas, ou simples impressões de mãos, todos em pintura vermelha.
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Foto : Serra da Lua |
Esse painel está localizado em um paredão a cerca de 100 m de desnível em relação à base da serra, sendo acessado através de um caminho bastante íngreme; para quem chega à serra da Lua através da estrada principal, é o primeiro painel a ser visitado.
Outras pinturas rupestres
encontradas em painéis a céu-aberto mostram figuras humanas ou de animais,
reproduzindo cenas diversas como caçadas, nascimento, etc.
MONÓLITOS DE MONTE ALEGRE
Os
monólitos da região de Monte Alegre representam formas rochosas com aparências
exóticas, resultantes de um processo de erosão eólica, atuando sobre os
arenitos da Formação Ererê. As formas esculpidas lembram figuras que se
assemelham a animais ou plantas que, em função dessas semelhanças, receberam
denominações que acabaram consagradas pelo uso.
Em
Monte Alegre, entre os monólitos mais conhecidos, destacam-se a Pedra da
Tartaruga, localizada entre as serras do Ererê e do Paituna, e a Pedra do
Cogumelo, no flanco oeste da serra do Paituna. Ambas representam curiosidades
geológicas que constituem excelentes atrativos para o turismo contemplativo.
PEDRA DO PILÃO.
Representa
uma monumental escultura natural. A Pedra do Pilão é uma das mais belas formas
erosivas identificadas na região, resultado de um processo de erosão eólica,
atuando sobre os arenitos da formação Ererê. A partir desse mirante natural, é
possível uma visão panorâmica de toda a região, destacando-se ao sul, o
esplendor da área de várzea, com seus inúmeros lagos e, ao fundo, o rio
Amazonas.
Às proximidades da Pedra do Pilão, na encosta da serra do Paituna,
existe um grande painel com magnífico exemplo de arte rupestre de M. Alegre.
Esse painel apresenta uma grande variedade de desenhos e figuras geométricas,
com destaque para um conjunto de quadrados que se interceptam, lembrando um
calendário do tempo.
CACHOEIRAS DE
MONTE ALEGRE
No
município de Monte Alegre há dezenas de cachoeiras na bacia do Maecuru, em áreas
de difícil acesso, sem ligação por via rodoviária.
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A
mais conhecida cachoeira de toda a região é a cachoeira do Paraíso, localizada
no vale homônimo, podendo ser considerada como produto eco-turístico, uma vez
que o local já dispõe de uma incipiente infraestrutura, sendo visitado todos os
anos por inúmeros turistas brasileiros e estrangeiros.
Economia
A economia de Monte Alegre se concentra na pecuária, extração de
pedras para construção, produção de cal, pesca e agricultura.
PIB per capita – 10.925,13 - (2015)
Percentual de receitas oriundas de fontes externas – 85,8% - (2015)
Índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) – 0.589 - (2010)
Total de receitas realizadas – 123.780,00 R$(x1000) - (2017)
Total de despesas empenhadas – 126.786,00(x1000) – (2017)
CLIMA
Os dados sobre clima são respaldados pela estação pluviométrica
mais próxima de Taperinha (Santarém), a 80 Km da sede de Monte Alegre.
Apresenta clima tipo Am, da classificação de Kôppen, com média
mensal de temperatura mínima superior a 18ºC, estação seca de pouca duração,
umidade elevada, amplitude térmica inferior a 5ºC, e disponibilidade de água no
solo. As precipitações pluviométricas, com cerca de 1.969mm, apresentam
distribuição irregular durante o ano. A estação mais chuvosa é a que vai de
dezembro a junho, sendo março o mês mais chuvoso. A estação menos chuvosa é a
que vai de julho a dezembro e apresenta totais mensais inferiores a 60mm.
O período
de excesso de água no solo vai de fevereiro a julho. Neste último mês, chega a
apresentar 217 mm. Já em setembro, o mês mais deficiente, apresenta 84mm.
12 mm é a precipitação do mês Outubro, que é o mês mais seco.
Apresentando uma média de 183 mm, o mês de abril é o mês de maior precipitação.
Pesquisa e texto por Allan Snolden
Referências de dados colhidos sobre o município
de Monte Alegre :
http://ideflorbio.pa.gov.br/unidades-de-conservacao/regiao-administrativa-calha-norte-i/parque-estadual-de-monte-alegre-pema/
- Informações sobre os sítios arqueológicos da cidade.
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/monte-alegre/panorama
- Aspectos econômicos, geográficos e populacionais da cidade.
https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/rio-grande-do-norte/monte-alegre-42749/
- Aspectos climáticos da cidade.
http://colegiofhc.blogspot.com/p/festival-da-mandioca.html
- Festival da Mandioca.
http://montealegre.freevar.com/index.html - Informações sobre os pontos turísticos,
sendo eles, cachoeiras, cavernas, histórico, mirantes, monólitos.
Dados Estatísticos da cidade cedidos pelo
Governo do Estado para o ICPET.
http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2015/09/fieis-comecam-homenagens-sao-francisco-de-assis-em-monte-alegre.html
- Informações sobre o círio de São francisco de Assis.
Boa tarde
ResponderExcluirSou professor Flávio de História
Estou trabalhando história de ocupação do interior do PARÁ pelo homem pré histórico, a questão das cavernas, pinturas, as formações rochosas. E
chegamos a essa matéria de vocês:
E queria pedir vídeos ou fotos ( para fazer banner ) para trabalhos dos alunos
email: flaviosousadejesus@hotmail.com
Aguardo retorno
No passado, este local deve ter sido visitada por extra-terrestres que deixaram alguns desenhos antigos nas rochas da região!
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