A Mulher na história de Santarém




Em 1758 Santarém foi elevada à categoria de vila, sendo constituído o primeiro Senado da Câmara da Vila de Santarém composto por dois juízes Ordinários e três vereadores, isso foi há exatos 260 anos. Naquele dia, as mulheres não podiam ocupar muitos espaços na sociedade, muito menos nos poderes executivo, legislativo e judiciário, aliás, não podiam nem votar, o que só aconteceu em 24 de fevereiro de 1932. Na verdade as mulheres não podiam muitas coisas. Prova disso é a proposta de emprego para uma professora, em 1923, que submetia a mulher às seguintes obrigações:

As mulheres naquela época viviam proibidas. Proibidas de ir a uma sorveteria, proibidas de casar, proibidas, proibidas, proibidas. Como conseguiam viver naquelas condições, sendo espancadas dentro de suas próprias casas, pela mesma mão que as afagava? Como conseguiam sobreviver ganhando muito pouco tendo contas a pagar, crianças para alimentar, sonhos a realizar? Como elas viviam sendo vistas, em alguns momentos, apenas como um produto? Como essas mulheres, algumas ainda crianças, viviam tendo a infância roubada, quase sempre pela violência? Como viviam essas mulheres tendo que suportar anos de abusos, grosserias e maus tratos?

As mulheres fizeram da fraqueza a sua força, romperam os grilhões, suportaram os açoites da vergonha, o desalento do abandono e a dor da desigualdade. Mas não foram apenas as mulheres daquela época. As mulheres, hoje, ainda enfrentam violência que, por vezes, se assemelham ao que aquelas mulheres enfrentaram. Por isso, as mulheres merecem todas as homenagens, todas as honrarias.

Além das homenagens, que este seja, também, um momento de reflexão para que a luta de toda mulher seja reconhecida por aqueles que tentaram esconder a inteligência, menosprezar a liderança, mas não conseguiram tirar dos pés o salto alto, das mãos as unhas bem pintadas, do rosto a maquiagem bem feita e muito menos a poderosa capacidade de vencer.

#TapajósMeuEstado

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