Monte Alegre comemora hoje 138 anos.



Esta é uma das cidades mais importante do Baixo Amazonas, Monte alegre ganhou este nome em referência ao seu aspecto topográfico. Foi elevada à categoria de cidade no dia 15 de março de 1880, data celebrada hoje. E é a história deste município que vamos conhecer hoje.


História de Monte Alegre

A história da maioria dos municípios da Amazônia, ainda é cercada de algumas incertezas. Tanto que, a maioria dos estudos históricos é baseado em pesquisas feitas por pesquisadores ou exploradores que realizaram suas atividades há muito tempo. Mas, não podemos desmerecer os historiadores do passado, apesar de muitas certezas serem baseadas em divagações e entrevistas orais, que vão passando por gerações.
Imagem aérea de parte da cidade de Monte Alegre.

Exemplo disso é o histórico da cidade aniversariante de hoje, parte dos registros da história de Monte Alegre são baseados nos relatos de estudiosos da história regional do Pará.

O Município de Monte Alegre é consequência de uma das mais antigas fundações urbanas da região Amazônica, cuja origem pode anteceder à própria ocupação da região pelos colonizadores lusitanos. Segundo os relatos históricos, o primeiro navegador estrangeiro que explorou a região do Médio-Baixo Amazonas foi o espanhol Francisco Orellana, em 1540, durante a sua viagem ao longo do Grande Rio, percorrendo-o de sua nascente até sua foz. Essa viagem deu origem a muitas lendas, como a da tribo das índias Amazonas, que deu nome à região, ao principal rio e ao maior Estado, o Amazonas.

Os primeiros colonizadores portugueses chegaram à região do Médio-Baixo Amazonas em 1639, integrando a expedição comandada pelo capitão Pedro Teixeira (FRIAES, 1997). O primeiro local visitado foi o aldeamento de Gurupatuba, localizado na margem esquerda do paraná homônimo, cuja denominação foi herdada dos índios Gurupatuba, antigos habitantes da região. Além dos Gurupatuba, outros grupos de silvícolas viviam na região, como os Carabocasos Bubuizesos Mariaus e os Serranos.

Pedra do Pilão, um dos pontos turísticos de
Monte Alegre.
No início da colonização portuguesa, coube aos religiosos Capuchos da Piedade grande parte das terras da margem esquerda do rio Amazonas, para fundarem “missões” que tinham como principal objetivo a catequese dos índios, daquela região. Embora não exista uma definição com relação à época de fundação do núcleo originário da atual cidade de Monte Alegre, é aceito que os Capuchos da Piedade teriam iniciado a colonização do município, a partir da criação de uma missão, na aldeia dos Gurupatuba, às margens do paraná homônimo; posteriormente, a mesma teria sido transferida para o local onde está erigida, atualmente, a sede municipal.

Existem, todavia, controvérsias entre os historiadores com relação à ordem religiosa que estabeleceu a primeira “missão” na aldeia de Gurupatuba. Segundo Arthur Cezar Ferreira Reis, um dos mais brilhantes estudiosos da história de Monte Alegre, o primeiro posto de catequese na aldeia foi estabelecido por religiosos da Companhia de Jesus, jesuítas, ainda no século XVII. De acordo com o mesmo autor, o jesuíta missionário João Felipe de Bettendorf, nascido em Luxemburgo, visitou a aldeia de Gurupatuba em 1661, tendo ali erguido uma cruz.

Nesse período, Gurupatuba experimentou uma fase de grande desenvolvimento, chegando a representar, pela sua importância, o papel de uma verdadeira capital das missões do Baixo Amazonas. Com a chegada dos frades da Piedade, à região, Gurupatuba passou para o domínio dos mesmos, que ali se estabeleceram por mais de meio século, edificando, entre outras obras, um grande templo em homenagem a São Francisco de Assis, hoje padroeiro da cidade de Monte Alegre. Durante a administração dos frades da Piedade, a posição de destaque que era ocupada por Gurupatuba foi transferida para Gurupá, onde aqueles religiosos construíram uma estrutura maior.

Por sua posição geográfica, Gurupatuba representava o núcleo populacional amazônico mais ocidental, sob o domínio português. O estabelecimento das missões religiosas na Amazônia obedecia a um critério geográfico, uma vez que as mesmas se situavam, geralmente, em pontos estratégicos. Assim, além do religioso, existia o cunho político, pois, a pretexto de guarnecer as missões estabelecidas, o governo de Portugal instalava fortificações militares em pontos estratégicos, estendendo o seu domínio através de uma região que, por força do Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha.

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