Esta é uma das cidades mais importante do Baixo Amazonas,
Monte alegre ganhou este nome em referência ao seu aspecto topográfico. Foi elevada
à categoria de cidade no dia 15 de março de 1880, data celebrada hoje. E é a
história deste município que vamos conhecer hoje.
História de Monte Alegre
A história da maioria dos municípios da Amazônia,
ainda é cercada de algumas incertezas. Tanto que, a maioria dos estudos
históricos é baseado em pesquisas feitas por pesquisadores ou exploradores que
realizaram suas atividades há muito tempo. Mas, não podemos desmerecer os
historiadores do passado, apesar de muitas certezas serem baseadas em
divagações e entrevistas orais, que vão passando por gerações.
Imagem aérea de parte da cidade de Monte Alegre. |
Exemplo disso é o histórico da cidade
aniversariante de hoje, parte dos registros da história de Monte Alegre são
baseados nos relatos de estudiosos da história regional do Pará.
O Município de Monte Alegre é consequência de uma
das mais antigas fundações urbanas da região Amazônica, cuja origem pode
anteceder à própria ocupação da região pelos colonizadores lusitanos. Segundo
os relatos históricos, o primeiro navegador estrangeiro que explorou a região
do Médio-Baixo Amazonas foi o espanhol Francisco Orellana, em 1540,
durante a sua viagem ao longo do Grande Rio, percorrendo-o de sua nascente até
sua foz. Essa viagem deu origem a muitas lendas, como a da tribo das índias
Amazonas, que deu nome à região, ao principal rio e ao maior Estado, o
Amazonas.
Os primeiros colonizadores portugueses chegaram à
região do Médio-Baixo Amazonas em 1639, integrando a expedição comandada pelo
capitão Pedro Teixeira (FRIAES, 1997). O primeiro local visitado foi o aldeamento
de Gurupatuba, localizado na margem esquerda do paraná homônimo, cuja
denominação foi herdada dos índios Gurupatuba, antigos habitantes da região.
Além dos Gurupatuba, outros grupos de silvícolas viviam na região, como os
Carabocas, os Bubuizes, os Mariaus e os
Serranos.
Pedra do Pilão, um dos pontos turísticos de Monte Alegre. |
No início da colonização portuguesa, coube aos
religiosos Capuchos da Piedade grande parte das terras da
margem esquerda do rio Amazonas, para fundarem “missões” que tinham como
principal objetivo a catequese dos índios, daquela região. Embora não exista
uma definição com relação à época de fundação do núcleo originário da atual
cidade de Monte Alegre, é aceito que os Capuchos da Piedade teriam iniciado a
colonização do município, a partir da criação de uma missão, na aldeia dos
Gurupatuba, às margens do paraná homônimo; posteriormente, a mesma teria sido
transferida para o local onde está erigida, atualmente, a sede municipal.
Existem, todavia, controvérsias entre os
historiadores com relação à ordem religiosa que estabeleceu a primeira “missão”
na aldeia de Gurupatuba. Segundo Arthur Cezar Ferreira Reis, um dos mais brilhantes
estudiosos da história de Monte Alegre, o primeiro posto de catequese na aldeia
foi estabelecido por religiosos da Companhia de Jesus, jesuítas, ainda no
século XVII. De acordo com o mesmo autor, o jesuíta missionário João Felipe de
Bettendorf, nascido em Luxemburgo, visitou a aldeia de Gurupatuba em 1661,
tendo ali erguido uma cruz.
Nesse período, Gurupatuba experimentou uma fase de
grande desenvolvimento, chegando a representar, pela sua importância, o papel
de uma verdadeira capital das missões do Baixo Amazonas. Com a chegada dos
frades da Piedade, à região, Gurupatuba passou para o domínio dos mesmos, que
ali se estabeleceram por mais de meio século, edificando, entre outras obras,
um grande templo em homenagem a São Francisco de Assis, hoje padroeiro da
cidade de Monte Alegre. Durante a administração dos frades da Piedade, a posição
de destaque que era ocupada por Gurupatuba foi transferida para Gurupá, onde
aqueles religiosos construíram uma estrutura maior.
Por sua posição geográfica, Gurupatuba representava
o núcleo populacional amazônico mais ocidental, sob o domínio português. O
estabelecimento das missões religiosas na Amazônia obedecia a um critério
geográfico, uma vez que as mesmas se situavam, geralmente, em pontos
estratégicos. Assim, além do religioso, existia o cunho político, pois, a
pretexto de guarnecer as missões estabelecidas, o governo de Portugal instalava
fortificações militares em pontos estratégicos, estendendo o seu domínio
através de uma região que, por força do Tratado de Tordesilhas, pertencia à
Espanha.
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