O ICPET - Instituto Cidadão Pró Estado do Tapajós - vem há anos estudando a região do futuro Estado. Aqui no Oeste do Pará, nossas paralisações não são provocadas por uma causa justa e necessária, como as que dominam o país nesses dias, mas por um abandono que só conhece o povo que aqui mora.
Aqui, na região, essa paralisação acontece no período invernoso com a lama e no verão com os inúmeros acidentes provocados pela grande quantidade de poeira que forma uma nuvem e impede a visão dos motoristas.
Nosso povo convive com o fato de que não podemos prosseguir, temos que parar, não por que temos a oportunidade justa de não ir em frente. Paramos por não temos como ir em frente, porque diante de nós existem obstáculos ainda maiores do que os preços nas bombas de combustível. Caminhoneiros passam dias, semanas "paralisados" sem poderem sair do lugar.
Os prejuízos por causa disso obrigam hum milhão e meio de amazônidas do Oeste, Sudeste e Baixo Amazonas, no estado do Pará, a viveram de forma sub humana. Nesta parte do estado, o preço dos alimentos é exorbitante, por isso a população se submete a um padrão de vida degradante. Temos grande perda de dinheiro, alimento,
e dignidade.
Outra dificuldade é o escoamento do que produzimos aqui. Poucos agricultores conseguem vender para outros estados nosso pradução de banana, abacaxi, macaxeira e outros produtos. Isso sem falar nos trabalhadores, caminhoneiros, que estimam um prejuízo de 50 milhões de reais por conta das condições das estradas na nossa região.
Outro dia um amigo ouviu de um motorista: "Temer" tem uns caminhoneiros "bloqueando" a Transamazônica. Mande as forças de segurança pra cá também.
O descaso governamental em nossa região é histórico. Há 50 anos esperamos o fim do asfaltamento da Br 163, Rodovia Santarém-Cuiabá e Transamazônica. Estamos a mercê da nossa própria sorte, ou em nosso caso da nossa própria lama.
Paralisar, para nós, do futuro Estado do Tapajós, não é uma escolha e sim uma condição de abandono politico nacional e um isolamento geográfico que impede todo e qualquer desenvolvimento.
Brasil, aqui no Oeste, sudeste do Pará e baixo amazônia, a paralisação se dá o ano inteiro com consequências a todo nosso povo, ao norte, ao Brasil.
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